quarta-feira, 17 de abril de 2013

Relação entre mídia e ética

Penso que nossos conceitos a respeito de ética e mesmo nossas manifestações de afetividade são largamente influenciados pela mídia. O interessante é perceber que não existe nem nunca existiu uma única ética, tampouco uma única forma de manifestar afetividade, tudo varia conforme o lugar e o tempo. Veja só: nos anos 70, o legal era "sempre levar vantagem em tudo", um conceito veiculado pela mídia televisiva através do jogador de futebol Gerson (em uma propaganda de cigarros!), e que nos rende frutos até hoje (podres, na minha opinião). Nos dias atuais, a propagação de um valor como este estaria totalmente fora de cogitação: a mídia procura veicular valores éticos de respeito ao próximo, cidadania, perseverança e os artistas se engajam em campanhas sociais, não há mais quem queira associar sua imagem à do cigarro. Com relação à afetividade, se dá o mesmo: as primeiras telenovelas não exibiam cenas de beijos ardentes, o instinto sexual era disfarçado de carinho, ternura, seriedade, compromisso, ao passo que hoje existe a associação entre amor e sexo, não se pensa em uma coisa sem a outra, são encaradas pela mídia como complementares um do outro. Se pararmos para analisar o assunto, observaremos que nossas concepções e valores raramente são produtos de nosso próprio entendimento, na maioria das vezes não fazemos mais do que "emprestar" e aceitar estes princípios que nos são repassados desde tenra idade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário