Repórter: ELAISE DA COSTA SILVA
A mídia influencia no comportamento das
pessoas a cada dia que passa.Ela controla as compras, os gostos, objetos
de desejo e, até mesmo, o modo como cada pessoa irá se vestir.
Alguns dos exemplos mais dominadores entre
os jovens, são as “cópias” da Lady Gaga, cantora americana, ou da banda
NX Zero ou mesmo Restart, que são sucesso entre os jovens brasileiros.
Fernando Borsato dos Santos, 17 anos, se
espelha em bandas como The Killers, 30 Second to Mars e Fresno.“Como me
identifico com as músicas que essas bandas tocam e o estilo de vida que
elas pregam me sinto inclinado a também me vestir como eles porque se
parecem comigo pelos sentimentos, então também serão parecidos pelo
estilo de se vestir”, afirma o jovem que apesar de não se rotular em
nenhuma tribo, é por muitos tido como “Emo”.
Santos ainda ressalta as idéias que
pretende passar quando se veste assim. “Acho que se vestir de certa
maneira, é uma forma de reforçar seus pensamentos. Quando alguém te vê
já supõe algo sobre você pela forma de se vestir e ao imitar essas
bandas faço com que elas suponham que eu tenho algo parecido com elas”,
conclui.
O jovem fala também dos problemas
enfrentados com a família.“Meus pais são bastante religiosos e, como em
geral, as roupas têm um estilo digamos não convencional eles não
aceitam muito bem. Muitas vezes insistem para que eu mude meu estilo de
vestir. Muitas vezes compram roupas para mim que eles consideram
normais, mas que não condizem com minha personalidade”, encerra Santos,
com a denúncia do preconceito que sofre dentro da própria família.
O psicólogo Marcos Sampaio Rus
Barbosa,graduado pelo Centro Universitário de
Araraquara(UNIARA),especialista em comportamento juvenil e educação dos
pais, comenta sobre a influência e os principais fatores que fazem os
jovens aderirem às modas diversas.“O fato dos adolescentes hoje se
vestirem com as mesmas vestimentas de seus ídolos na busca de uma figura
com a qual se identificar, se tornou parte desta etapa da vida.Porém,
nos dias de hoje percebemos que existe um peso maior da pressão social
exercida sobre o adolescente do que seu amor pelo ídolo e sua busca por
uma identidade própria”.
Sampaio ainda ressalta um fator importante.
“A falta de valores morais e éticos que asseguravam um limite
necessário para a formação de nossa identidade, desperta uma necessidade
muito grande, nos jovens, de aprovação, de reconhecimento alheio que,
ao ultrapassar as barreiras da normalidade, acabam por se submeterem às
diversas situações de risco para não serem exilados", opina.
"A mídia lança as tendências.Porém, o que
motiva o jovem a se vestir de tal modo, a meu ver, não está na mídia
propriamente dita, mas na aceitação ou não de determinado grupo àquela
moda”,completa.
Ele fala sobre como os pais devem se
comportar diante dessas reações dos seus filhos e como entendê-los. “Os
pais precisam saber que o limite é determinado por aquele que cuida.
Existem pais que chegam a se endividar para deixar seus filhos de acordo
com as tendências. São filhos com medo de serem excluídos, caso não
possuam aquela roupa, aquele celular, aquela moto, aquele seio
aumentado, aquela barriguinha lipoaspirada, aqueles dentes branquíssimos
e bem alinhados",observa.
Mas, ao mesmo tempo,segundo ele, existem
pais inseguros com medo de se sentirem inferiores perante os outros pais
caso seu filho seja diferente. "Isso porque vivemos numa sociedade que
prega a diversidade. É uma luta desenfreada por um status. É importante
também que os pais saibam que na adolescência os jovens têm uma
necessidade enorme de aceitação e que para consegui-la serão capazes de
se submeterem a qualquer tipo de situação, daí a necessidade de
conversar com seus filhos, de dialogar sobre os riscos que os envolve e,
se for preciso, às vezes, interditar certas atitudes e comportamentos e
buscar um profissional capacitado”,orienta
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